Fooooogo!

      Geralmente, a savana era um lugar relativamente tranquilo. Mas hoje o dia amanhecera um tanto atribulado. Parece que todos sentiam que algo terrível estava prestes a acontecer.

      Elsa, uma leoa muito simpática, filha do rei Juba, estava, especialmente, agitada. Andava de um lado para o outro sem saber o que fazer. Pior de tudo, não intendia porque é que se sentia assim. "Seria um pressentimento?", pensou ela. Mas tentou distrair-se com os seus afazeres.

      Subitamente, uma legião de aves, de todas as espécies, sobrevoavam a savana, esbaforidos. Uns gritavam:
      - Fujam, fujam!
      - Fogo, fogo! Vem ai o fogo. - gritavam outros a fugir a toda velocidade.

      - Toca a andar. - ordenou o rei para a guarda real e acrescentou: - Reúnam os animais da savana e guiem-nos para salvo. Sigam os pássaros.

      O rei, família real e  todos os seus súbditos seguiram as aves para segurança. Ou assim pensou o rei.

      Elsa e um grupo de amigas distraíram-se por um instante e quando se deram conta já não avistavam o resto do pessoal.
      - Ai, céus! Para onde foram todos? - perguntou Elsa assustada.
      E não era a única. As suas amigas Iva a chita, Olga a macaca e Vânia a águia real também estava. Um pouco desorientadas, elas lá correram em frente. No sentido contrário ao avançar do fogo.
      Todavia, o vento pregou-lhes uma partida e, quando se deram conta, estavam rodeadas pelo fogo. Não havia saída. Estavam encurraladas. Convictas de que iriam morrer as quatro amigas abraçam-se a chorar.

      Derrepente, sentiram uma forte brisa. Levantaram o olhar e à sua frente estava uma enorme ave mística. Um argentavis!

      - Subam para as minhas costas. - ordenou o argentavis.
      As amigas rapidamente obedeceram. O argentavis lançou-se ao ar, sobrevoou a savana até chegar aos restantes habitantes do reino, já a salvo. Fez uma aterragem perfeita e as amigas, entusiasmadas e felizes, apearam.
      - Muito obrigada! - agradeceram gentilmente em uníssono, com uma vénia, ao seu salvador.
      O argentavis devolveu a vénia com um sorriso elegante e levantou voo, desaparecendo rapidamente.

Irene Cruz