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A mostrar mensagens com a etiqueta 16 - Querido Diário

18 de Maio de 1973

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  Querido diário,                              Ontem tivemos que sair de Angola. Angola está em guerra pela independência e as coisas estão más por lá.                              Embora não corrermos risco de vida diretamente... pois damos-nos bem com toda a gente e somos bem tidos por todos os nativos... meu pai achou melhor sairmos enquanto as coisas não acalmarem. Ninguém nos faria mal, mas podíamos correr o risco de sermos atingidos no fogo cruzado.                               Nós estávamos numa coluna militar constituída por três camiões militares e vários carros civis (um dos quais o nosso). Derrepente um carro civil mais à frente foi bombardeada e um mais atrás também. O meu pai decidiu sair da coluna militar, pois teríamos maior chance de sobrevive se fossemos sozinhos. Ultrapassou a coluna militar e tentou seguir sozinho. Mas o camião militar que ía na frente da coluna militar apontou nos as armas. Meu pai parou e foi falar com os militares. Assinou um termo de responsabil

12 Agosto de 1972

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Querido diário,                              hoje estive a brincar com crias de leão. Foi divertido mas a mamã quase desmaiou de susto.                              Fomos fazer um safári com mais duas famílias e dois guias turísticos. Na reserva do Parque Nacional Kruger, na África do Sul. A caravana turística parou perto dum grande grupo de leões com crias. Estavam deitados à sombra de uns arbustos e as crias estavam a brincar.                              Eu não resisti, saí a correr do jipe em direção às crias de leão e sentei me a brincar com eles alheia aos possíveis perigos. Uma das leoas adulta aproximou se de mim, cheirou me e afastou se fazendo uns grunhidos suaves para os outros leões. Os leões adultos formaram uma linha defensiva entre a caravana turística e as crias, como que a dizer... "A cria humana maluca pode aqui estar mas vocês ficam aí."...                               Os guias sugaram o coração de meus pais, dizendo: não se preocupem. Os leões não vão faz

26 de Agosto de 1969

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  Querido Diário,                         Há uma guerra civil aqui na Rodésia.  Meu pai recebeu o Diploma do Doutorado de Engenharia Electrotécnica e fomos almoçar fora para comemorar.  Mas a comemoração acabou com um sabor amargo, quando regressamos a casa. Ou seja, o que restou da nossa casa.                          Ao chegarmos deparamos-nos com um cenário de terror.  A nossa casa estava em ruínas, toda queimada... e a Linda, nossa cadela pastor alemã e minha baba; estava morta. Além de a matarem a tiro de metralhadora, queimaram-na.                         O meu pai não aguentou e entrou em coma. A minha mãe pediu à embaixada portuguêsa se podiam agilizar a transferir do meu pai para o hospital de Lourenço Marques/Moçambique... porque ela não falava inglês e não conseguia comunicar com os médicos na Rodésia. Meu pai foi transferido para o hospital da capital de Moçambique. Esteve em coma 3 meses e quando saiu do coma não sabia quem era tinha perdido a memória de tudo. O doutor dis