Perdida no abismo


     Em queda livre, afundo num abismo de dor e desesperança. Tento fazer o luto daquela que fui.

     Ao meu saudoso pai. peço perdão. Pois, seu último pedido não posso mais realizar. Meu sorriso morreu. Não há mais lugar para a alegria. Só resta a certeza da escuridão que se abate em meu coração, em minha alma. Meu EU morreu. Sou uma sombra errante. Envolta numa capa de dor. Um corpo sem alma, sem vida, que teima em continuar em frente. Rumo ao abismo negro sem fim, que me engole impiedosamente. 

     O ontem não volta mais. O hoje jaze morto. O amanhã não existe. Não há futuro, não há linha no horizonte, (...), só um vazio, um negrume sem fim. Nem lampejo de luz. Apenas nada. NADA.



Irene Cruz

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