Navegando

 


Navegando a onda da vida
tento equilibrar a maré.
Procurando a saída
dum maremoto de marcha a ré.

Oceano revolto e malfadado
é esta minha existência ciclónica.
Mundo de patas para o ar 
feito um molho de brócolos.

Ando num barco furado,
as velas não valem um penico.
Não vejo meu de parar
este ciclo vicioso, nem pelos binóculos.

Terra firme quero pisar
o mais depressa possível.
Mas não vejo, por este andar,
um arco-íris visível.



Irene Cruz


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