O livro da esperança

      Este texto é dedicado aos meus amigos animais e principalmente, aos que tenho em casa. A história que vos vou contar é inspirada neles e a personagem principal, Ania, vai demonstrar o seu talento natural e a sua ligação à família, aos amigos, e aos animais. Espero que gostem.

  Zeus - Deus da tempestade  
       https://pin.it/322oern.      


     A Ania gostava de brincar com os seus gatos e com a sua fiel amiga Mimi, uma cadela de raça "cani-pincha" (uma mistura de caniche e pincha) toda a tarde. E como todas as noites, a Ania foi se deitar duas horas depois do jantar. Cerca de uma hora depois de se deitar, Ania e a irmã acordam de sobressalto com um barulho ensurdecedor. Uma enorme tempestade se abatera sobre aldeia onde moravam. Dum salto saíram da cama  e correram escada abaixo para a sala a chamar, assustadas, pela mãe, com uma lanterna na mão. Os pais estavam na sala e o pai delas decidiu sair à rua para ver quão grave era a tempestade. Ania e a irmã foram até à varanda, mas o pai e a mãe não deixaram que fossem mais longe. a mãe ficou com as duas irmãs na varanda. A mãe tentava aconselhar o pai a voltar para dentro pois a ventania piorava cada vez mais.
      - Tu ainda voas! Volta para dentro. Amanhã vemos os estragos. Quando a tempestade amainar. - - disse a mãe ao pai.
      Mas teimoso como só ele é, continuou pela rua a bater às portas para ver se estava todos bem. Escusado dizer que ninguém atendeu. Com o ruído ensurdecedor da tempestade ninguém ouviu nada. Por pouco que o pai não voou. Teve de se agarrar às paredes e às grades, até à porta de casa, para não voar.
      Ania vestiu umas calças quentes um casaco e sapatilhas e saiu para o pátio à procura dos gatos e da Mimi. Queria saber se estava bem! ao velá sair porta fora a mãe gritou:
      - Onde pensas que vais com esta tempestade menina? - ao que Ania respondeu calmamente:
      - Vou certificar-me de que os meus amigos estão bem. - e a irmã perguntou-lhe:
      - E como pensas fazer isso? Esta a chover a cântaros e o vento mais parece um jato supersónico.
      A Ania nem pensou duas vezes, Deu um salto da varanda e transformou-se num lobo deixando os pais e a irmã de boca aberta. Nem queriam acreditar naquilo. Um lobo! Como? (...)
      - Agora que já viram do que sou capaz, vou tratar de proteger os meus amigos. - disse Ania que logo de seguida desapareceu na tempestade. Deixando os pais e a irmã incrédulos e confusos.

Ciclone

      Entretanto, Ania encontrou os animais todos encolhidos dentro da casota da Mimi. Levou os gatos um a um para dentro da garagem, abrigados da tempestade, e no fim levou a Mimi para a garagem. Agora estavam seguros. 
      Não satisfeita com isso decidiu ir até à Mata Mourisca Onde vivia uns amigos da escola para se certificar que estava bem. Ela percorreu quase o distrito de Leiria inteiro para se certificar que os amigos estavam bem.
      Estava todos em segurança. Alguns danos materiais, mas, de resto estava tudo bem. Mas a caminho de casa avistou muita gente que corria perigo de vida. ajudou-os a porem-se em segurança. Passou por uma grande superfície e apercebeu-se que ainda lá haviam pessoas em perigo. A estrutura da superfície comercial estava instável e por isso era preciso tirar aquelas pessoas a salvo. Levou-as para a paróquia local aonde eles foram prontamente acolhidos.

      No dia seguinte estava tudo de pantanas na vizinhança. A Casa de Ania, até nem sofreu muito. Só algumas telhas partidas ou fora do sítio. O pai de Ania começou, teimosamente a por as telhas no sítio. Numa das vezes, quase caiu do telhado. Depois, enquanto tentava tirar uma das chapas de fibra transparente, sobressalente, para baixo... as madeiras do sótão do curral que já eram velhas e carunchosas cedeu e ele ficou com uma perna presa nas tábuas. Depois lá conseguiu sair ileso dessa. Ania desse-lhe:
      - Pai à um velho ditado. À primeira, safamo-nos. À segunda até pode-mos escapar à rasca. À terceira é de vez. 
      Mas o pai, com a sua famosa teimosia, não lhe deu ouvidos. Subiu a um escadote para colocar umas chapas no lugar com a ajuda da mãe e das duas irmãs. E conseguiu. O pior foi ao descer o dito escadote. Veio cá parar abaixo com um enorme estrondo. A mãe, ao ver que ele não se mexia, nem parecia reagir a nada, pensou: "Pronto este e a sua teimosia Cruz já se matou."... Mas foi chamando por ele incessantemente e Ania uivava sem parar. Passado uns 10 minutos, que pareciam horas, ele começou a mexer-se. A mãe disse-lhe para ficar quieto até vir os paramédicos porque ele tinha a perna obviamente partida e ainda não se sabia se teria feito uma lesão à coluna cervical. 
      Aquele teimoso no fundo tem sorte até teve muita sorte. Um quadro que muito bem poderia traduzir-se, como até os médicos acharam à primeira vista, num traumatismo cervical agravado por um traumatismo craniano, mais uma perna partida e deslocada. Reduziu-se a um mero golpe superficial na testa, um fémur partido e uma rotula fora do sítio.
      Em fim, foram uns momentos difíceis mas, "tudo está bem quando acaba bem".

A devastação ciclónica.



      





Ao outro dia apareceu um vídeo com os uivos de Ania unidos aos uivos dos cães que fizeram coro com ela. E também se viram imagens de Ania a salvar pessoas. Algumas das pessoas que ela salvou até comentaram o caso e agradeceram ao vivo o apoio dela. Quando Ania chegou à escola todos a aplaudiram. Mas também teve de explicar os uivos. Ela explicou que o lobo era o seu animal espiritual.


      Bem aqui têm mais uma história maluca. Espero que gostem e até uma próxima. Só uma nota informativa: a música que ouvi para me inspirar nesta história foi "Key of Life". Recomendo-a. 




Ana Catarina Silva da Cruz



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