Ligação Espiritual

      Maia tinha uma propriedade extensa no campo. Vales verdejantes a perder de vista. Ela adora fazer longos passeios a cavalo pela propriedade. Visitar as pastagens onde os seus rebanhos de ovelhas pastavam calmamente sempre foi um dos roteiros habituais. Principalmente na primavera. Adorava brincar com os cordeiros. Eles são tão giros e brincalhões.

      Foi num dia como o de hoje, quando Maia se dirigia às pastagens que ela ouviu uns pequenos ganidos. Vinham de uns arbustos perto da pastagem. Maia apoiou e foi investigar. Encontrou uma cria de lobo. Estava ferida numa pata e muito assustada. Maia agarrou na cria, montou com ela ao colo e voltou para a cavalariça. Procurou o Sr. Tomas o veterinário da propriedade. 


      O Sr. Tomas analisou a cria de lobo e informou que, muito provavelmente, ela tinha sido atacada por uma alcateia rival ou um cão. Maia chamou a alguns dos trabalhadores da Fazenda Vale Paraíso e ordenou que formassem uma equipa de batedores para procurar a toca do lobo e ver se encontravam a progenitora ou outras crias. Passado algumas horas os homens voltaram com a noticia de que tinha encontrado a toca, a progenitora e mais duas crias. Só que os lobos encontrados a poucos metros da toca estavam mortos.
      - Pobre lobinho! É órfão! É macho ou fêmea, Sr. Tomas? Na pereça de o salvar nem me lembre de ver.
      - É um macho Menina Maia. - respondeu o Sr Tomas.
      - Está decidido! Vou ficar com ele. - afirmou Maia, acrescentando: - Vais te chamar Roky.
      E Roky abanou a cauda em sinal de aprovação. Roky depressa se adaptou à vida na fazenda e tornou-se amigo de todos os animais e até de todos os humanos que lá viviam e trabalhavam. Tornou-se, especialmente amigo da Maia; de Corajoso, o cavalo favorito de Maia; e de Nuvem a ouvelhinha mais traquina do rebanho.Passavam longos serões juntos.
      Roky tornou-se a mascote de Vale Paraíso.



Autora: Ana Catarina Silva Cruz
Montagem da imagem por: Ana Catarina Silva Cruz

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