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Solta na brisa do mar

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     Vivo na esperança de ver chegar a bonança após a tempestade feroz que tem sido minha vida. Tenho na lembrança os tormentos que não me libertam de suas garras medonhas. Quando verei o fim a este inferno. Quando terei eu, direito à paz.       Caminhando na praia vejo o búzio da bonança e da esperança. "Uma oferenda de Neptuno!", penso eu. Pego nela, levo-a ao ouvido e ouço a melodia do mar. Tranquiliza minha alma inquieta. "Que bela peça! Só a natureza para conseguir tal feito."      Caminho pelo areal com meu presente dos mares, cantando uma oração a Iemanjá. Agradeço o presente dos mares e peço sua proteção.  Oração de Iemanjá para bênção e contra todos os males      Doce, meiga e querida Mãe Iemanjá. Vós permitiste que no seio de vossa morada se formassem as primitivas formas de vida, que foram o berço de toda a criação, de toda a natureza e de toda a humanidade, aceitai nossas preces de reconhecimento e amor.      Que os lampejos que emanam de vosso diáfano m

Amizade inesperada

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     Diz-se que, em Animalis, em tempos, houve uma sincera amizade entre um tubarão branco e uma arára. Vou vos contar esta história.      Preparem vossos corações. Vai ser uma viagem e tanto.      Certo dia, uma jovem arára, chamada Ariel, aventureira e corajosa, treinava para Guarda Marés, à beira mar. Ela competia em várias modalidades, essenciais para dominar a profissão que pretendia abraçar.  Esforçava-se muito para melhorar, cada vez mais, a sua velocidade e a sua perspicácia.       Neste dia, aproximava-se uma tempestade da orla costeira de Animalis, onde Ariel praticava. Ela estava tão concentrada nos exercícios que foi apanhada de surpresa.      Ariel viu-se, subitamente, arrastada, para alto mar, por uma espiral de ventos muito forte. Tentou lutar contra o vento para voltar para a praia. Mas o vento empurrava-a, perigosamente, dum furacão que se furmava no mar.      Ariel estava exausta e em pânico.       -- Vou morrer! -- pensou ela. E foi por pouco, por muito pouco!      N

Memórias da alma!

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  Movida pela força do cosmos, transportada nas asas do vento, navego as marés de sufismos. A palavra me basta de momento. Presa em memórias carregadas de saudade, esta data marca a era. Sonhando em tons de jade, lembro o tempo da primavera. Ó vida, que lamento! Ó doce lembrança que a vista deslumbra! Dita ou desdita, qual tormento. A alma ilumina-se na penumbra. No horizonte escuro e frio, uma cintila de luz, guia minha alma num rio de calmaria que me conduz. No firmamento, a esperança... renasce, qual esplendor. Vem aí a bonança, vem alto, nas asas dum condor. Irene Cruz

Vida infernal.

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     "Eu não tenho sorte mesmo!", pensou Vera. Vera Fénix sempre teve de lutar, e muito, para que um raio de sol se dignasse a tocar, ao de leve, na sua pele.      A sua vida, até à data, tem sido uma maratona, uma montanha russa, uma roleta viva... Nada lhe veio ter às mãos de forma fácil. E,  pelos vistos, esta maratona infernal está para durar.       Vera já perdeu a conta de quantas vezes se viu obrigada a começar do zero. Só esperava que esta fosse a última vez. "Já não tenho idade para estas duras batalhas pela sobrevivência!".      Há 16 anos atrás, em má hora se casou. O que ao início parece ser um pedido de casamento romântico... revelou ser uma grande armadilha. Uma semana depois, uma outra faceta daquele romântico incurável se revelou. E o que prometia ser um casamento de sonho, virou um terrível pesadelo.       Francisco começou a beber de caixão à cova, e os insultos e humilhação públicas começaram a ser uma rotina diária. Até lhe alevantou a mão para l

Sonho!

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Caminho sem rumo num sombrio murmúrio. Pairando no espaço  traço o pensamento. As ideias, eu arrumo, em gavetas mármore frio. Vejo tudo baço num horizonte firmamento. Irene Cruz  

Morgana Safira

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      Numa pequena localidade chamada Vale dos Lobos, no meio de uma floresta densa, vivia uma misteriosa mulher - Morgana Safira. Habitava numa casa de árvore, construída num velho tronco de embondeiro. Quem a olha-se de fora achava a assustadoramente misteriosa. Possivelmente assombrada.       As janelas pareciam olhos de coruja, a porta parecia uma boca de dragão. Era mesmo aterrorizante.        Todos achavam que Morgana era uma feiticeira. E haviam até rumores de que comia crianças ao pequeno almoço.       Mas uma pessoa em particular não se deixou intimidar por tais rumores e decidiu investigar o caso. De mochila às costas, com o necessário para sobreviver uns dias num ambiente hostil, embrenhou-se na floresta rumo à casa da "feiticeira" - Helena a destemida numa aventura para gente com nervos de aço.       A floresta, além e densa, era muito extensa. Cobria uma área muito grande. Era preciso uma semana inteira,  sem parar para descansar, para a percorrer de um extremo a

Amor de mãe

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  Na dança da vida Adivinha-se a mudança  Que em mim se faz presente Na contra dança do destino. No horizonte, ainda perdida Numa espreguiçadeira descansa Na graça do vento ausente Numa valsa, tal desatino. Doce memória tingida  De cor de verde esperança  Sonho convosco contente Meu coração palpita sem tino. Irene Cruz