Mensagens

Desespero

Imagem
  Dor intensa, desespero sem fim, mergulho num abismo de tristeza. No horizonte, um oásis de esperança, que desespero para alcançar. Peço ajuda ao cosmos, por mim. Estico a alma sangrenta, que tanto preza o teu calor... que, de frio,não alcaça  o esplendor que tanto quero abraçar. Cruel é o destino que  de ti me afasta. Não vejo o caminho, no abismo me casta. Grito... prego... me ajoelho aos seus pés.  Peço... imploro... o tesouro que, para mim, és.  Terei eu direito à felicidade? Negas me a essência da eternidade. Dar-me-às o doce mel? Ou me lançaras farpas de fel? A Deus peço... abra me o caminho que me leve ao doce abraço, daquele em que eu me aninho. Amor... destino... cujo perfil, em minha alma, eu traço Irene Cruz

Meu mundo ideal

Imagem
  Meu mundo ideal seria ao lado do meu amor. Este pedaço de mau caminho que me eleva às estrelas só com um olhar. Mal posso esperar, coração em espiral, para escancarrar ao mundo meu grande amor. E em teus braços me aninho mergulhando no teu doce olhar. Vida minha, será sonho feito luar. Contigo quero uvar à lua. E a ela proclamor nossa história de amor. Voar contigo sobre terra e mar. Viver intensamente o amor, ser tua... Encaixada em ti, a imagem perfeita do verbo amar. Irene Cruz

Reflexo

Imagem
  Olhando me no espelho, vejo o reflexo de minha essência. Bailando no limbo, tal equilibrista, tento encontrar o ponto de equilíbrio. A semente da esperança espalho no pátio feito distância. Num rompante levanto e sambo o canto do colibri à vista... num salto de sonho sombrio. No acordar do sonho vejo um brilho de esperança na estância dum grande tombo. Levanto minha crista e sacudindo a poeira, carrego o brio. Irene Cruz

Menina do mar

Imagem
Nas ondas do mar, embalada pela brisa do norte... minha alma azul âmbar, sonha em tom rosa forte. Dizem, lá do alto da duna, que não há por do sol como este. Cor de mar e mundana, de algas e búzios se veste. Alma leve, espírito livre. Solta ao vento nas ondas do mar. Solta um grito de cimo da árvore e dança o tango daqui até Tomar. Irene Cruz

18 de Maio de 1973

Imagem
  Querido diário,                              Ontem tivemos que sair de Angola. Angola está em guerra pela independência e as coisas estão más por lá.                              Embora não corrermos risco de vida diretamente... pois damos-nos bem com toda a gente e somos bem tidos por todos os nativos... meu pai achou melhor sairmos enquanto as coisas não acalmarem. Ninguém nos faria mal, mas podíamos correr o risco de sermos atingidos no fogo cruzado.                               Nós estávamos numa coluna militar constituída por três camiões militares e vários carros civis (um dos quais o nosso). Derrepente um carro civil mais à frente foi bombardeada e um mais atrás também. O meu pai decidiu sair da coluna militar, pois teríamos maior chance de sobrevive se fossemos sozinhos. Ultrapassou a coluna militar e tentou seguir sozinho. Mas o camião militar que ía na frente da coluna militar apontou nos as armas. Meu pai parou e foi falar com os militares. Assinou um termo de responsabil

Harmonia

Imagem
Harmonia Numa dança parada no tempo, conto os dias que faltam. O ritmo compassado do corpo embala os segundos e saltam. Pulsa, em mim, o momento de te reencontrar. Aqui, encontro o alento de vos ver, em casa, entrar. Perdida na saudade dum tempo que não esquece. O avançar da idade de saudade, agarra se à prece. Olho em frente o horizonte. Procuro vossa silhueta, esperançosa. Meu coração se contrai no monte e brilha numa saudação calorosa. Irene Cruz

12 Agosto de 1972

Imagem
Querido diário,                              hoje estive a brincar com crias de leão. Foi divertido mas a mamã quase desmaiou de susto.                              Fomos fazer um safári com mais duas famílias e dois guias turísticos. Na reserva do Parque Nacional Kruger, na África do Sul. A caravana turística parou perto dum grande grupo de leões com crias. Estavam deitados à sombra de uns arbustos e as crias estavam a brincar.                              Eu não resisti, saí a correr do jipe em direção às crias de leão e sentei me a brincar com eles alheia aos possíveis perigos. Uma das leoas adulta aproximou se de mim, cheirou me e afastou se fazendo uns grunhidos suaves para os outros leões. Os leões adultos formaram uma linha defensiva entre a caravana turística e as crias, como que a dizer... "A cria humana maluca pode aqui estar mas vocês ficam aí."...                               Os guias sugaram o coração de meus pais, dizendo: não se preocupem. Os leões não vão faz