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Memórias

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  A vida é dura! Mas mais dura sou Eu.       Já vos aconteceu que vos parecesse que o cosmos e tudo mais conspiram contra si. Que a vida tema em vos atirar de volta para a estaca zero logo quando começava a levantar a cabeça. Já vos pareceu que estão no meio dum oceano de problemas em risco de se afogar e mesmo quando consegue vir à tona de água uma mão gigante e tortuosa vos afunda de novo nas profundezas do desespero.       Pois isso é a história da minha vida. Mais, essa é a história de vida da minha família. Até parece que estamos amaldiçoados.           Aos dois anos de vida vi a minha família a ir do ouro reluzente para o nada. Sim para o nada, nem a classificação de lixo se podia dar. Pois até o lixo tem algum valor. Ficamos literalmente com a roupa do corpo. Tudo por causa de uma guerra civil na antiga Rodésia. Vivia-mos lá na altura. A nossa casa foi saciada e queimada até ao chão. Obras de Arte valiosíssimas transformadas em cinzas os nossos pertences transformados em cinzas.

Perdida no abismo

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     Em queda livre, afundo num abismo de dor e desesperança. Tento fazer o luto daquela que fui.      Ao meu saudoso pai. peço perdão. Pois, seu último pedido não posso mais realizar. Meu sorriso morreu. Não há mais lugar para a alegria. Só resta a certeza da escuridão que se abate em meu coração, em minha alma. Meu EU morreu. Sou uma sombra errante. Envolta numa capa de dor. Um corpo sem alma, sem vida, que teima em continuar em frente. Rumo ao abismo negro sem fim, que me engole impiedosamente.       O ontem não volta mais. O hoje jaze morto. O amanhã não existe. Não há futuro, não há linha no horizonte, (...), só um vazio, um negrume sem fim. Nem lampejo de luz. Apenas nada. NADA. Irene Cruz

Dor sem fim

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     💔 Olhando os céus Oração silenciosa Meu coração sangrando A Deus eu entrego. Que dor insana Coração partido Por ti sangra Sonho perdido. No alto dos Pirineus Uma prece, ansiosa, Solto gemendo, Soluço cego. Que dor insana Coração partido Por ti sangra Sonho perdido. Irene Cruz

Solta na brisa do mar

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     Vivo na esperança de ver chegar a bonança após a tempestade feroz que tem sido minha vida. Tenho na lembrança os tormentos que não me libertam de suas garras medonhas. Quando verei o fim a este inferno. Quando terei eu, direito à paz.       Caminhando na praia vejo o búzio da bonança e da esperança. "Uma oferenda de Neptuno!", penso eu. Pego nela, levo-a ao ouvido e ouço a melodia do mar. Tranquiliza minha alma inquieta. "Que bela peça! Só a natureza para conseguir tal feito."      Caminho pelo areal com meu presente dos mares, cantando uma oração a Iemanjá. Agradeço o presente dos mares e peço sua proteção.  Oração de Iemanjá para bênção e contra todos os males      Doce, meiga e querida Mãe Iemanjá. Vós permitiste que no seio de vossa morada se formassem as primitivas formas de vida, que foram o berço de toda a criação, de toda a natureza e de toda a humanidade, aceitai nossas preces de reconhecimento e amor.      Que os lampejos que emanam de vosso diáfano m

Amizade inesperada

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     Diz-se que, em Animalis, em tempos, houve uma sincera amizade entre um tubarão branco e uma arára. Vou vos contar esta história.      Preparem vossos corações. Vai ser uma viagem e tanto.      Certo dia, uma jovem arára, chamada Ariel, aventureira e corajosa, treinava para Guarda Marés, à beira mar. Ela competia em várias modalidades, essenciais para dominar a profissão que pretendia abraçar.  Esforçava-se muito para melhorar, cada vez mais, a sua velocidade e a sua perspicácia.       Neste dia, aproximava-se uma tempestade da orla costeira de Animalis, onde Ariel praticava. Ela estava tão concentrada nos exercícios que foi apanhada de surpresa.      Ariel viu-se, subitamente, arrastada, para alto mar, por uma espiral de ventos muito forte. Tentou lutar contra o vento para voltar para a praia. Mas o vento empurrava-a, perigosamente, dum furacão que se furmava no mar.      Ariel estava exausta e em pânico.       -- Vou morrer! -- pensou ela. E foi por pouco, por muito pouco!      N

Memórias da alma!

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  Movida pela força do cosmos, transportada nas asas do vento, navego as marés de sufismos. A palavra me basta de momento. Presa em memórias carregadas de saudade, esta data marca a era. Sonhando em tons de jade, lembro o tempo da primavera. Ó vida, que lamento! Ó doce lembrança que a vista deslumbra! Dita ou desdita, qual tormento. A alma ilumina-se na penumbra. No horizonte escuro e frio, uma cintila de luz, guia minha alma num rio de calmaria que me conduz. No firmamento, a esperança... renasce, qual esplendor. Vem aí a bonança, vem alto, nas asas dum condor. Irene Cruz

Vida infernal.

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     "Eu não tenho sorte mesmo!", pensou Vera. Vera Fénix sempre teve de lutar, e muito, para que um raio de sol se dignasse a tocar, ao de leve, na sua pele.      A sua vida, até à data, tem sido uma maratona, uma montanha russa, uma roleta viva... Nada lhe veio ter às mãos de forma fácil. E,  pelos vistos, esta maratona infernal está para durar.       Vera já perdeu a conta de quantas vezes se viu obrigada a começar do zero. Só esperava que esta fosse a última vez. "Já não tenho idade para estas duras batalhas pela sobrevivência!".      Há 16 anos atrás, em má hora se casou. O que ao início parece ser um pedido de casamento romântico... revelou ser uma grande armadilha. Uma semana depois, uma outra faceta daquele romântico incurável se revelou. E o que prometia ser um casamento de sonho, virou um terrível pesadelo.       Francisco começou a beber de caixão à cova, e os insultos e humilhação públicas começaram a ser uma rotina diária. Até lhe alevantou a mão para l